Introdução: Todo mundo quer usar dados… mas poucos conseguem.
Falar sobre dados virou quase clichê, ainda mais em tempos de Inteligência Artificial, parece que existe um sufocamento do uso tradicional e básico de dados para tomar decisões, como diria o Gabriel Mineiro, “Fazer o Feijão com Arroz” de analytics.
Muitos profissionais já tentaram inserir dados no processo de design e gestão de produto, mas pararam no meio do caminho — seja por falta de tempo, de conhecimento técnico ou pela dificuldade em traduzir os números em decisões.
Esse artigo é um convite para ir além da intenção. Vou te mostrar como o uso estratégico de dados pode desbloquear resultados concretos — com cases reais, e também vou mostrar quais são os pilares que podem te ajudar a ter dados confiáveis e usá-los no seu dia a dia.
Casos Reais: Onde os dados fizeram a diferença.
Antes de começar, vale dizer que não é só sobre dados, é sobre combinar disciplinas, e ter dados como diferencial estratégico para direcionar as decisões.
Em todos os exemplos a seguir, o uso de dados foi central — mas ele só gerou resultado porque veio com contexto de negócio, entendimento do usuário e trabalho colaborativo.
📱 Loft App – Aumentando conversão em agendamentos
Desafio: baixa conversão de visualizações em agendamentos no app.
Uso de dados: análise de comportamento e segmentação para entender grupos com maiores taxas de conversão. Identificamos que, na plataforma web, usuários que usavam a funcionalidade de “Favoritos” tinham uma taxa de conversão até 15% maior dos que não utilizavam.
Ação: Decidimos criar essa funcionalidade de favoritos que ainda não existia no App, usando inicialmente poucos recursos de desenvolvimento, por isso surgiu a funcionalidade de “Favoritos sem Login”, que permitia usuários favoritar apartamentos sem a necessidade de passar pelo fluxo de login ou cadastro.
Resultado: Aumentamos em 17% a taxa de conversão no App.
🖥️ Printi – Decisões de design orientadas por dados
Desafio: melhorar a experiência de compra digital do e-commerce da maior gráfica digital do BRasil.
Ação: mapeamento da jornada e comportamento no e-commerce e análise de mais de 30 indicadores além do uso de gravações de tela, mapa de calor e missing click (clicks não eficientes).
Resultado: dados revelaram que 70% dos usuários usam a busca ao invés do menu — redefinindo prioridades de UX.
📈 PunkMetrics – Tráfego e receita com melhorias de SEO e UI
Desafio: gerar tráfego e vendas com time enxuto e sem investimento em mídia paga.
Uso de Dados: Com ferramentas como Google Search Console, Semrush e Similar Web, evidenciamos uma série de indicadores que nos mostrou a atual realidade, pontos de melhorias e oportunidades.
Ação: análise de dados de SEO e melhoria de interface e web semântica, melhoria de desempenho de tempo de carregamento e enriquecimento de conteúdo.
Resultado: +32% de tráfego orgânico e +6% em vendas vindas geral.
Todos esses cases com processo de investigação e evolução para a solução proposta e resultados estão detalhados nas masterclass Usando Dados para Alcançar Objetivos de Negócios.
Como você pode usar dados para gerar impacto real
Agora que já vimos alguns exemplos de como o uso de dados pode potencializar resultados de negócio, vamos falar um pouco sobre o processo por tráz dessas conquistas e tudo que vem antes do uso efetivo de dados.
Para extrair valor de fato do uso de dados é necessário conectar quatro elementos-chave:
- Bom setup de coleta de dados;
- Conhecimento prático de Product Analytics;
- Processos e rituais para manter a cultura viva;
- Decisões baseadas em dados;

Parece simples, mas cada um desses pontos exige dedicação — e todos precisam funcionar juntos. O que nos leva ao próximo ponto, o que eu preciso para ter dados confiáveis?
O que você precisa para “ter dados” confiáveis?
Essa é a parte mais negligenciada, mas essencial. Antes de analisar qualquer métrica, você precisa garantir que os dados certos existem, estão disponíveis e que o grupo envolvido no contexto está alinhado em torno dos mesmos objetivos e conceitos. Aqui vai o mapa:
1. Tenha objetivos claros
🧠 O que é
É o ponto de partida de qualquer estratégia. Ter objetivos claros significa saber onde você quer chegar e por quê. Isso se traduz em uma visão de produto bem definida, princípios orientadores e metas mensuráveis.
🚀 Por que é importante
Sem clareza de objetivo, os dados viram ruído. Times acabam medindo o que é fácil — e não o que importa. Com metas bem desenhadas, fica mais fácil alinhar decisões e evitar retrabalho.
🛠 Dicas de como viabilizar
Artefatos e ferramentas que ajudam a criar alinhamento:
- Visão de Produto como um “norte” para o time entender onde quer chegar.
- Decision Stack para conduzir e facilitar o racional por trás das decisões de produto.
- OKRs para definir metas inspiradoras e mensuráveis.
Rotinas práticas:
- Sessões trimestrais de alinhamento com todo o time de produto para revisar e reafirmar objetivos.
- Workshops colaborativos para construir a visão junto com Design, Tech e Negócio.
2. Mapeie indicadores e eventos
🧠 O que é
É o processo de traduzir objetivos em métricas acionáveis. Isso inclui tanto indicadores de negócio (ex: receita, conversão, NPS) quanto eventos dentro do produto (ex: cliques, tempo em tela, conclusão de fluxos).
🚀 Por que é importante
Indicadores bem mapeados ajudam a conectar o trabalho do time aos resultados que importam. E eventos bem definidos permitem entender o comportamento dos usuários e identificar desafios e oportunidades.
🛠 Dicas de como viabilizar
Mapeie em camadas:
- Comece com métricas de negócio (macro)
- Depois vá para métricas de produto (micro)
- Por fim, defina os eventos que capturam essas interações.
- Utilize os Frameworks de métricas como ponto de partida, OKR’s , AARRR, HEART, entre outros (não precisa seguir a risca, mas somente ter como referencial)
Rotinas práticas:
- Revisões mensais de eventos com Product e Engenharia.
- Documentar o racional de cada evento no Figma, Notion ou Confluence.

3. Capriche no setup
🧠 O que é
É garantir que os dados estão sendo coletados corretamente, com qualidade e de forma escalável. Um bom setup evita ruído, retrabalho e frustração.
🚀 Por que é importante
Dados ruins descredibilizam a análise. Um setup mal feito atrasa decisões e gera retrabalho para Engenharia e Produto. Já um bom setup cria confiança — e agilidade.
🛠 Dicas de como viabilizar
- Estabeleça padrões desde o início.
- Use convenções de nomenclatura e modelagem de eventos.
- Documente os eventos e suas propriedades em um “contrato de dados”.
Rotinas práticas:
- Code reviews focadas em tracking.
- Sessões de QA antes de qualquer release com novos eventos.
- Validação de dados no ambiente de produção com ferramentas como GA, Mixpanel, Amplitude, Snowplow entre outras.
Ferramentas úteis:
- Figma para desenhar os fluxos e pontos de coleta.
- Notion ou Confluence para documentação de eventos.
- AI (como GPT ou Copilot) para gerar código de tracking padronizado.
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4. Traga os dados para o dia-a-dia
🧠 O que é
É o processo de tornar o dado parte da rotina do time. Não basta coletar: é preciso analisar, discutir, decidir — e repetir. É aqui que nasce a cultura.
🚀 Por que é importante
Times que usam dados todos os dias evoluem mais rápido. Reduzem incertezas, aprendem mais, erram menos. Quando o dado está presente nas conversas, a confiança aumenta — e os silos diminuem.
🛠 Dicas de como viabilizar (Rotinas práticas)
- Crie rituais e canais focados em temas como “product-analytics” e “experimentos”(veja o artigo sobre comom viabilizar um ambinete para experimentação)
- Crie um canal fixo no Slack para “Métricas da Semana” ou adicione um Bot no canal do time.
- Check-ins semanais com números-chave;
- Sessões de análise colaborativa (hands-on).
- Tenha uma agenda fixa sobre dados, por exemplo: “Data Friday” para compartilhar aprendizados.
- Use automações para criar alertas: ex: se a taxa de conversão cair 5%, acione um alerta no time direto no Slack ou Discord.
Ferramentas úteis:
- Metabase para dashboards simples e compartilháveis.
- Loom para gravar análises curtas e explicar o racional.
- Zapier ou Make e N8N para automações com eventos e alertas.
- AI para sumarizar e sugerir ações baseadas nos dados, conectadas no Slack, Whatsapp ou E-mail.

Recapitulando + uma dica;
Dados são só uma ferramenta. O que muda o jogo é a capacidade de inserir eles no dia-a-dia como parte da cultura de produto e design.
Quando você conecta dados com o contexto do negócio e os objetivos da sua empresa, começa a fazer apostas mais seguras — e mais ousadas.
Minha dica é: comece pequeno. Escolha um fluxo do seu produto, mapeie os eventos, conecte aos objetivos e faça um experimento. Repita. Se você fizer isso por 3 meses, seu time já vai evoluir para outro nível de familiaridade com dados e capacidade de tomar decisões suportadas por dados.
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